domingo, 24 de fevereiro de 2019

O presente se perdeu pras nossas cicatrizes.
E o que nasce de forma tão espontânea se esvai sem a cortesia de pronunciar o fim. Virou futuro do pretérito
Ferus; relicário.
O desejo de ser livre.
O coração palpitou porque vi verdade. E uma certa inocência.
Tinha um olhar que despertou minha curiosidade.

Meu cantar foi um convite e um gesto de confiança.

Intenção para co-criar

Nada é alguma coisa antes que sofra uma intervenção.
Sendo uma intervenção que parte de você, lhe cabe a sua parcela de culpa no que se reproduz.
Pensamento intrigante. Você influencia o que poderia ser e o que se tornou. Porque nada é alguma coisa antes que sofra uma intervenção.
E o papel da intenção? Nada tem tanta influência quanto a verdade nua e crua de quem se é. E que sendo si mesmo, se enxerga ao te olhar nos olhos.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Os encontros de sua vida foram com suas responsabilidades e os seus sonhos.
As suas escolhas, nunca foram suas.
Você fez o que sentiu que deveria ter sido feito, apesar dos seus sonhos.
E com o que sonhava?
Tinha um sentimento de pertencimento. Poderia ter sido mais do que a vida lhe tornou.
Estava perto; de ser quem você sempre sonhou.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Eu consigo te ver logo ali. Falta só mais um pouco.
Ansiedade, que vem com certo medo. De que não tenha sido o que eu criei ao longo do tempo. De voltar os pensamentos para o que ainda não aconteceu. Para o que não aconteceu mais.
Sinto falta daquele ócio. Não do que trazia a aflição da falta de rumos. Mas dos constantes convites para se reinventar em novos caminhos.
E ainda que hoje uma distância se anuncie, eu sei que estamos mais próximos do que nunca.

domingo, 4 de outubro de 2015

2 mais um café italiano

Um sábado sem tantos embalos, sem essa ânsia de viver o mundo lá fora por essa noite. Hoje eu to bem no aconchego da meia luz, com o barulho de um ou outro carro passando pela rua de vez em quando.
No meio de tantos desencontros que acontecem nessa vida, às vezes tem dessas de a gente se encontrar por ai, assim, sem querer. E a gente se lembra de tudo. De tudo. E é bonito porque a gente não pode registrar um momento desses e colocar em um porta-retratos na estante do quarto.
A compreensão do sentido da entrega e do ato de fazer sem esperar uma contrapartida foi o que me deu a tranquilidade pra entender que cada um tem a sua história.
Hoje fico feliz por ser capaz de identificar isso como o que me deixa mais de bem com a vida: saber que a qualquer hora eu vou te encontrar mais uma vez, e a saudade vai ficar para depois.

sábado, 25 de julho de 2015

Tem um tempo que eu comecei a fechar os olhos pra conseguir encontrar aquilo que eu buscava dentro de mim. Volta e meia me pego pensando em todas as pessoas que já morreram e as que ainda vão morrer sem terem encontrado aquilo que lhes confere um sentimento de identidade. Mais do que isso, aquilo que é capaz de transformar a atmosfera a sua volta sem aquele quê parnasiano: um talento natural o qual nunca descobriram por inúmeras razões, sendo mais uma questão sorte. Muita sorte pra falar a verdade. Fato é que se considera um mimo buscar as suas paixões até certo ponto da vida, ainda que eu nutra uma admiração pela busca incessante da felicidade daqueles inconformados que tem um background mais favorável. A verdade é que eles estão certos e todos deveriam fazer o mesmo se fosse possível. O sentido de prosperidade hoje é sobretudo vinculado a uma segurança financeira, não importando muito se o que você sonhou pra si quando criança veio a ser. A essência da felicidade vai se perdendo ao longo do caminho, e as frustrações e incertezas só vão tornando mais robusta a ideia de que, nesse cenário, o importante mesmo é dinheiro no bolso, e o resto a gente vê. Por isso eu fecho os olhos de vez em quando. Eu não vejo e ninguém vê também. É legal dissociar essa esfera chata inerente à vida da plenitude de um momento onde se enxerga a grandeza dentro de si. O riso fica mais frouxo quando a gente percebe o tamanho das coisas. Que a sorte permaneça por aqui.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

A poesia pratica a menina.
E entre bobos e reis,
todos são gênios desse mirante.

Meu sonho era acordar lá todos os dias
e que isso bastasse.
Que os opostos aflorassem o melhor do outro lado da rua,
e eu não praticasse mais a angústia que me traz esse pêndulo.
Ele tem vida, vontade e controle.
Tem senso de humor.

Às vezes sonho com o que deve ser surfar nesse mar perfeitamente clássico.
O fundo, o vento, a ondulação e o tempo na mais pura sinergia com você;
Produzindo algo que está muito acima de qualquer princípio de tristeza.
Porque é fluido.
E porque que assim se apresenta, é o extraordinário que me faz voar mais longe, e aos poucos a distância vai fazendo sentido. A beleza daquilo que é mais simples invade tudo a sua volta, o tempo deixa de seguir uma linearidade e, de repente, aquelas badaladas perdem a sua razão de ser.